Ano é marcado por indicadores positivos na economia de Santa Catarina |
Na dúvida, o jornalista sempre precisa ter a resposta para suas perguntas da própria fonte. Era assim que poderia saber quem realmente era a pessoa, não apenas o atleta, José Silva. A oportunidade apareceu quando estava em minhas mãos a relação dos participantes de 1980 do programa Operário Padrão fase joinvilense, evento anual promovido pelo Sesi.
Agendei uma entrevista no local de trabalho do candidato, na Fábrica de Máquinas Raimann, onde seis anos depois foi construído o primeiro shopping de Joinville.
O que um repórter esportivo estaria se interessando por um assunto que caberia na página de geral? É que na minha adolescência um fato me marcou muito: o lance em que o atacante Krüger, do Coritiba, se chocou com o goleiro Leopoldo, do Água Verde, com José Silva, na época zagueiro Zezinho, também do Água Verde, participou da jogada. E para saber: até que ponto era um mero coadjuvante do lance ou era adepto do jogo violento.
O ex jogador, na condição de operário naquele momento, nem precisou de advogado de defesa. A própria fala já demonstrava que tudo aquilo que guardava como dúvida sobre aquela pessoa era sem nenhum fundamento. Aliás, a jogada em si foi da mais pura fatalidade, quando o goleiro faz a clássica pose de joelho dobrado no ar para se defender ao invés de ir para o ataque. O Flecha Loira, o apelido de Dirceu Krüger, é que levou a pior e ficou alguns dias hospitalizado entre a vida e a morte, conseguindo sobreviver. Ele morreu em abril de 2019.
Entre inscritos de uma dezena de indústrias, José Silva ganhou apenas um diploma de participação. Escrevi o suficiente para ilustrar uma página inteira (a famosa contracapa de A Notícia). Dali em diante, passamos a ter uma amizade cordial. Descobri que por detrás daquela pessoa está um ser humano da melhor qualidade.
Zezinho no futebol paranaense, saiu de Santa Catarina como Zé Silva. E aqui, começou garoto no Tupi de Gaspar (cidade natal). Veio para Joinville, ainda com idade para juvenil, e passou da base do Caxias para o profissional. Antes, esteve na seleção catarinense juvenil, em 1962. Aposentado, trouxe a família e fixou residência em Joinville.
Imagine tentar driblar um zagueiro deste nível. Ele deveria fazer o interessado desistir pelos seus recursos e com tanta elegância.
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